É fantástico ir auto-estrada fora (acelerada e em cima da hora para trabalhar) e ver um casal na casa dos 70 anos (ele à frente, ela atrás com um pauzito fino e comprido na mão) a levar um bói de um dos lados para o outro numa daquelas pequenas pontes que servem de passagem para os habitantes das terras esventradas pelas A.
A paisagem, em algumas partes da A25, é lindíssima e não perde nada quando é Outono.
Mas a quantidade de veículos e a pressa com que se faz este tipo de estrada nem sempre permitem que nos deliciemos com tantos e tão belos pormenores que pululam, ao mesmo tempo, ali, mesmo ao nosso lado.
Nesse dia, o meu sorriso rasgou-se de imediato e manteve-se até chegar ao meu destino.
No regresso, lá olhei com alguma esperança para a dita ponte, mas já nada lá se passava.
Agora, nos dias que faço a A25, faço por saborear o brilho cristalino da geada no verde que persiste, o fumo que sai das chaminés, as pessoas que trabalham dedicadamente nos campos.
É fantástico a quantidade de coisas que acontece ao mesmo tempo, mesmo ao nosso lado, sem que nos apercebamos. E, às vezes, são tão mais bonitas!
Tenho pena de não ter conseguido fotografar, mas a imagem ficará na minha memória (e no meu coração) muitos aninhos, concerteza!
